15 de set. de 2008

Ainda Infância- II

Tem coisas da infância que a gente nunca deveria esquecer, mas esquece. Exemplo: eu não lembro o nome da professora que me apresentou à Biblioteca do Grupo Escolar. Mas, jamais vou esquecer o primeiro livro que levei para casa prá ler. Eu deveria estar no segundo ano, lá do antigo Primário. O livro era: "O Soldadinho de Chumbo.".
Foi minha iniciação. Até a quinta série, naveguei pelos sete mares, vivi entre os anjos, os sacis e as fadas, princesas, dragões, castelos, príncipes encantados... Tornei-me um rato de biblioteca... Que pena! Não sei qual foi a professora, mas, a ela minha criança interior agradece pelas dramatizações de textos, poesias. Imagina uam turma dramatizando esta poesia abaixo, de Manoel Bandeira. Lembro que, como conhecíamos os sons de um trem, foi bem fácil fazer, viver a poesia. Jamais vou esquecer:
"Café com pão
café com pão
café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Aì seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu presciso
Muita força
Muita força
Muita força.
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Oô...
Vou mimbora
Vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...

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