24 de out. de 2011

No transporte coletivo

Ouvi. Não tinha como não ouvir. Pq não falaram mais baixo?
Eram onze horas da manhã, dentro do ônibus - o homem falava com uma voz arrastada e ela também, como se tivessem bebido todas durante à noite e dormido por aí, em qualquer canto, até passar a bebedeira:
"---Minha linda, assim que te vi eu soube que ia dar certo. Tu é que nem eu - gosta de beber.
--- Tomara que a cachaça que eu coloquei na geladeira esteja bem gelada. Eu só tomo cachaça gelada!
--- Acho que tu é a mulher da minha vida. Moras muito longe?
--- Não. É bem perto. Já vamos chegar. É um bairro bom, uma rua boa. Eu é que não presto.
--- Mulher, daqui prá frente eles terão que nos aceitar do jeito que somos. Somos iguais, não é uma beleza?
--- Não te preocupa - hoje, amanhã e segunda, eu não trabalho. Nada de relógio, celular, filho.
--- Onde tá teu filho?
--- Tá na casa do pai. Na sexta tinha uma reunião na escola. Nos dias de reunião o pai vai e depois leva ele junto prá casa dele.
--- Daqui prá frente, deixa que eu assumo as reuniões, desde que eu esteja de folga do meu trabalho.
--- Trabalhas em quê?
--- Mulher, eu já te falei que sou pedreiro. Só que agora vou ter que procurar um trabalho por aqui, perto da tua casa. Tô com sede. Uma cervejinha bem gelada.
--- Lá em casa tem cachaça gelada. E se faltar cachaça tem alcool que a gente pode beber.
--- Eu sabia que tu era uma mulher guerreira. Nós dois juntos vamos fazer festa! "
.................................. Eu cá com meus botões: será que no inicio da semana alguém da familia dela não estará invocando a Lei Maria da Penha???????

Um comentário:

chica disse...

rss...Cada uma que ouvimos que dá arrepios!!!beijos,linda semana,chica