2 de jul. de 2008
Memórias..
"Cabiúna
Cabiúna era menino/ E dizia: 'Eu vou na Europa'/ A mãe dele respondia:/ '-Fica quieto, Cabiúna./ Cabiúna, não me amola.'
A mãe dele não gostava./ Ralhava sempre, ralhava.../ De dia ela costurava/ Em frente ao mar, na janela/ E, costurando, cantava.
'-Minha mãe, eu cresço logo,/ Fico grande e vou na Europa./ Deixa eu ir minha mãezinha?'
'-Que menino sem cabeça!/ sai daqui, não me aborreça.'/ '-Deixa eu ir, minha mãezinha...'
Mas toda noite ela entrava/ No quarto em que ele dormia/ E, junto dele, chorava./ Cabiúna ficou grande,/ Ficou grande e foi-se embora./ Trabalhando de taifeiro/ Num navio brasileiro.
Aconteceu que uma noite,/ Junto de um cais estrangeiro/ Virou criança: chorava./ Alguém, passando, assobiava/ Uma canção parecida/ Com as que a mãe dele cantava.
............ Memórias, memórias...."
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