Há um quê de urgente no meu povo que se desloca de um lado para outro. Urgência de chegar ao local do trabalho, ao mercadinho... Urgência em chegar em casa após o trabalho. Urgência em sair da cidade na véspera do fim de semana. Urgência em retornar. Urgência nas horas de visitas aos amigos e familiares. Vá que eu chegue com atraso e perca o emprego? Vá que acabem com as ofertas de legumes antes que eu chegue no mercadinho? Vá que eu tarde e ao chegar em casa ela tenha sido assaltada? Vá que ao pegar a estrada o transito esteja lento e eu não chegue a tempo de curtir o fim de semana? Vá que a conversa familiar me faça a assumir novos compromissos?
Há um quê de urgente no meu povo. Urgência para que a noite acabe e com ela os pesadelos. Urgência para que o dia acabe e com ele o fardo do trabalho que não satisfaz.
Há um quê de urgente no meu povo que se desloca, que passa,que caminha. E essa urgência os faz esquecer de saudar com sorriso o novo amanhecer; de ver o azul do céu, o verde das plantas; a meiguice das crianças, a flor no jardim; a sabedoria do velho, a urgência dos novos..
Esta urgência que devora os dias, que avança na noite.
Há um quê de urgente no meu povo que caminha - urgência que poderia tornar-se amena, alegre, sã, se meu povo voltasse a procurar o bem estar daquele que riqueza nenhuma tem - a não ser a urgência de um pedaço de pão...
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